domingo, 5 de dezembro de 2010

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

FEEDBACK SONG FOR A DYING FRIEND .


FEEDBACK SONG FOR A DYING FRIEND (Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá)
CANÇÃO RETORNO PARA UM AMIGO À MORTE

Alisa a testa suada do rapaz
Toca o talo nu ali escondido
Protegido nesse ninho farpado sombrio da semente
Então seus olhos castanhos ficam vivos
Antes afago pensava ele era domínio
Essas aí não são suas mãos são as minhas
E seguras, minhas mãos buscam se impor
Todo conhecimento do jorro viril do meu senhor
O gosto perfumado que retém minha língua
É engano instalado e não desfeito
Seus olhos chispantes podem retalhar minha pele bárbara
Forçar toda gravidade a ir embora
Ele vadeia em águas fechadas
Sono profundo altera seus sentidos
A meu único rival eu devo obedecer
Vai comandar nosso duplo renascer:
O mesmo
Insano
Sustenta
Outra vez.
(os dois juntos junto de nossos próprios corações)
Calei e escrevi
Isto em reverência
Pela coincidência

sexta-feira, 26 de novembro de 2010


O que importa quantos amores você tem se nenhum deles te dá o universo?


Jacques Lacan

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Auto-Retrato com Tranças - Greta


Percebo consciente o cheiro quente a exalar do meu útero desfigurado,
No último inverno, eu espectadora de mim, vi meu corpo ser dissecado,
Arrancado em golpes violentos todas as artérias que circundam o músculo supremo,
O jorrar do sangue mistura-se ao insistente clamor pelo continuar.

O meu peito, já não mais afável, mostra-me caminhos enrijecidamente pálidos,
Nas entranhas estranhas carnificinas.

Nesta primavera comprometo - me a colar artérias pintando o meu próprio auto-retrato com tranças,

Com os meus seios novamente lascivos obedeço, estranha, o infindável retomar.

Greta

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Trecho de o Lobo da Estepe.


Quando o senhor ouve rádio, ouve e vê a luta ancestral entre a idéia e o fenômeno, entre eternidade e o tempo, entre o divino e o humano. Assim como o rádio despeja a música mais sublime do mundo sem distinção nos lugares mais impossíveis, nos salões burgueses e nas águas-furtadas, e em meio a ouvintes que discutem, que devoram alimentos, que bocejam ou que dormem, assim como rouba a essa música sua beleza sensual, estraga-a, arranha-a e lambuza-a e todavia não consegue matar de todo seu espírito - assim também a vida, a chamada realidade, trata a sublime imagem do mundo, permite acompanhar em Händel uma informação sobre a técnica de manipular os balanços das empresas industriais de médio porte, faz da prodigiosa ressonância da orquestra uma mixória, introduz sua técnica em todos os lugares, sua atividade febril e sua miserável incultura, entre a idéia e a realidade, entre a orquestra e o ouvido. A vida é toda assim, meu filho, e temos de deixá-la ser assim, e se não formos idiotas devemos rir-nos dela. Pessoas do seu nível não devem criticar o rádio ou a vida. Aprenda primeiro a ouvir! Aprenda a levar a sério o que merece ser levado a sério,e a rir e tudo o mais! Ou será que o senhor conseguiu fazer algo melhor, algo mais nobre, mais prudente, mais gracioso?

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Desejo!


Arranque-me todos os produtores da dopamina e junto com a minha
oxitocina transforme tudo em dejeto.
Greta

terça-feira, 29 de junho de 2010


Não te assombra meu coração. E minha luz.
Eu sou, toda eu, uma enorme camélia
Esbraseada e a ir e vir, em rubros jorros.
Sylvia Plath

terça-feira, 9 de março de 2010

Doces Ratos ou Palhaços?



E de Palhaços as ruas estão cheias,
e pleno estão os becos com seus ratos.

Ratos ou Palhaços?

As cores contentes nem sempre agradam os olhos atentos,
o perigo encontra-se na boca curvilínea, espalhafatosa e convidativa.
Palhaços corrompem com artifícios singelos.

O doce rato opaco cuspe o imundo
abstendo-se de qualquer encanto velhaco,
e de forma inteira enche os espectadores
de ascos sem máscaras.

Greta

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Faz de uma imagem o resumo do teu dia!



Eu ainda volto a estas páginas para falar de belos dias - E não que eu não os tenha tido ultimamente - mas tem algo transformando o belo em pó.

Greta.